quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O MEIO AMBIENTE COMO TEMA TRANSVERSAL NA ESCOLA: LIMITES E DESAFIOS
Iwana Martins Camargo Rosa
Esta pesquisa buscou realizar uma discussão sobre a implementação do Meio Ambiente como tema transversal na escola, proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Seguindo uma tendência internacional, os temas transversais propõem à escola o estudo de temas sociais relevantes, que devem ser implementados transversalmente, por meio de todas as disciplinas. Sabendo dos graves problemas ambientais presentes nas sociedades contemporâneas, da necessidade de repensar os caminhos seguidos pela humanidade e da importância que a escola assume como instância de produção e transmissão do conhecimento, bem como formadora de valores e princípios, pretendeu-se verificar a sua contribuição nesse sentido, pautada na proposta dos PCNs. Essa tarefa foi colocada em andamento por meio de um estudo de caso, isto é, a parte substantiva desta pesquisa desenvolveu-se em uma escola pública de Goiânia — Escola Municipal Arco Íris visando compreender os limites e desafios postos para a implementação do Meio Ambiente como tema transversal.
           
Embora os problemas ambientais façam parte da preocupação de vários educadores e ainda que parte deles, por meio de diferentes concepções teórico-metodológicas, venham discutindo esses problemas, o encaminhamento dessa temática pela escola só se materializou oficialmente, em 1997, por intermédio dos Parâmetros Curriculares Nacionais, coordenados e propostos pela Secretaria de Ensino Fundamental do Ministério de Educação e do Desporto. Desse modo, os PCNs propõe que os professores de todas as áreas devem contemplar a discussão da temática ambiental em suas respectivas disciplinas ou em projetos, sem, contudo, trabalhar o tema paralelamente. Além disso, espera-se que o professor seja capaz de realizar essa inserção com competência e propriedade. 

Constata-se, portanto, que a temática ambiental vem ganhando espaço nas escolas, em decorrência da importância de se rever a relação do homem com o meio em que vive. Políticas educacionais são propostas com o objetivo de trabalhar a Educação Ambiental como tema transversal na escola, visando a suprir lacunas até então encontradas. Diante desse contexto e desse novo ideário, alguns questionamentos surgem em busca de respostas. Conhecendo a fragilidade dos sistemas educacionais brasileiros, no que se refere às suas condições materiais e humanas concretas, o desdobramento desta pesquisa procura indagar como as escolas, e especialmente a Escola Municipal Arco Íris, vêm contemplando o meio ambiente sugerido como tema transversal pelos PCNs. Como a equipe técnica e docente daArco Íris e seus alunos vêm recebendo essa proposta? Quais as expectativas que vêm nutrindo em relação ao desenvolvimento dessa discussão na Escola? Os professores sentem-se estimulados para desenvolvê-la? Encontram ou não dificuldades para desempenharem a tarefa? Quais valores a Escola Municipal Arco Íris vem buscando repassar a seus alunos por meio da Educação Ambiental? Essas são as principais questões que esta pesquisa busca responder.

Orientada por tais questões, bem como pelos estudos e reflexões que a elas deram origem propôs-se em primeiro lugar, realizar uma retrospectiva histórica sobre a problemática ambiental, dando ênfase ao surgimento e ao encaminhamento de discussões e propostas relacionadas à Educação Ambiental. Em segundo, preocupou-se em analisar a proposta de Educação Ambiental delineada nos Parâmetros Curriculares Nacionais, para, em seguida, buscar verificar como a escola vem implementando tal proposta. Para isso, foi necessário analisar o projeto político-pedagógico da Escola Municipal Arco Íris, já que é por meio dele que se pode apreender a possibilidade de sua materialização. Desse modo, foi possível verificar como a escola vem tentando colocar em prática essa proposta, e como os professores e alunos a receberam e vêm lhe dando significado.

Por meio da investigação qualitativa, procurou-se descrever e explicar a realidade vivenciada por uma escola pública do município, no que diz respeito à implementação da Meio Ambiente como tema transversal. A análise documental forneceu elementos importantes para o desenvolvimento desta pesquisa, assim como as entrevistas e questionários, uma vez que possibilitaram compreender o significado que o corpo docente e os alunos vem dando ao problema investigado.
Desse modo, a pesquisa seguiu os seguintes passos:
  levantamento e realização de pesquisa bibliográfica e documental referente à temática;

  levantamento na Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, na Unidade Regional da escola e na própria escola, de documentos referentes ao encaminhamento das políticas educacionais ligadas à Educação Ambiental;

  leitura e análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais (volumes: Introdução e Temas Transversais, referentes ao terceiro e quarto ciclos);

  realização de entrevistas com pessoas responsáveis pela área de Meio Ambiente na Secretaria Municipal de Educação, com o diretor da Unidade Regional à qual pertence a escola, com o diretor, coordenadora pedagógica e com oito professoras de todas as disciplinas (Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, Artes, Língua Inglesa e Educação Física) daEscola Municipal Arco Íris que lecionam de sexta a oitava séries;

  aplicação de questionários, que foram respondidos por 164 alunos de quinta a oitava séries da escola (correspondendo a 67% dos alunos que estudam nessas séries);

  observação e coleta de dados na própria escola, utilizando como referência para análise de seu planejamento e desenvolvimento de suas propostas, o projeto político-pedagógico da escola. 
                       
                  As escolas estão subordinadas às políticas educacionais brasileiras que, seguindo tendências internacionais e inspiradas no ideário neoliberal, têm buscado a qualificação do ensino em decorrência das exigências do mercado de trabalho. Em busca da qualidade de ensino, são propostas amplas reformas curriculares. Guardando as devidas especificidades, estas mudanças no currículo fazem parte de uma tendência de vários países que lhe dão o papel central de transformação das escolas. Assim, vindas de fora, as perspectivas de mudanças curriculares são acolhidas pelas instâncias oficiais competentes, que, por meio de uma equipe de profissionais e a despeito do que pensa a maioria dos professores e parcela significativa da sociedade, elas são elaboradas por meio de documentos, nos quais se diz como e quando devem ser implementadas nas escolas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais lançados pelo MEC são um exemplo concreto destas mudanças postas para a escola. Este documento também reforça a idéia de que toda mudança para a escola deve vir de fora e do alto.
                       
                  Reforçando a centralidade dos conteúdos como síntese nos processos de mudanças, os PCNs apresentam suas propostas em áreas clássicas do conhecimento acrescido pelos temas transversais. Estes temas são propostos visando a discussão de questões sociais relevantes do mundo contemporâneo, apontando para a necessidade de uma visão mais humanitária de ensino, propondo a escola à discussão de problemas que levem a um repensar sobre os valores e princípios da sociedade moderna.

                  Nos PCNs, os temas transversais são propostos objetivando o desenvolvimento de uma prática educacional direcionada para a discussão e compreensão dos problemas existentes na realidade social, bem como delegar aos alunos responsabilidades que deverão ter para a construção de um mundo melhor.

                  Mesmo diante das críticas que se faz aos PCNs, e sabendo de antemão que a escola por si só não é capaz de mudar a sociedade (embora, tem uma significativa contribuição a oferecer), deve-se reconhecer a grande importância da proposição dos temas transversais contidos neste documento, diante de um contexto social tão problemático como o que se vive nestes tempos. Paradoxalmente, diante dos avanços da ciência, a sociedade contemporânea, vive sob a ameaça da perda de valores e princípios morais, sugerindo a urgência da discussão e compreensão de temas que resgatem essas questões.

                  As questões ambientais se incluem no bojo dos problemas sociais relevantes e estão presentes como um dos temas transversais propostos para as escolas, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da consciência crítica dos alunos em relação aos problemas sócio-ambientais. O volume dos PCNs destinado a apresentação do Meio Ambiente, procura apresentar as discussões de modo crítico e contextualizado, sugerindo algumas vezes como o professor poderia estar trabalhando com o aluno este tema. 

                  Os conteúdos relacionados ao meio ambiente, apresentados pelos PCNs, poderão fornecer elementos para uma compreensão mais ampla dos problemas ambientais, porém, o texto não verticaliza os assuntos tratados, e por conseguinte, pouco têm a oferecer aos professores de disciplinas cujo objeto de estudo não tenham afinidade com o tema. O aprender a fazer ocupa lugar de destaque no desenvolvimento do Meio Ambiente como tema transversal. Assim, os PCNs sugerem que parte dos conteúdos sejam assimilados por meio da vivência concreta, das atitudes e posturas que levem a participação e à co-responsabilidade com o meio em que vivem.        
                 
                  Para o desenvolvimento da proposta do Meio Ambiente como tema transversal, os PCNs alegam ser necessária uma política educacional de formação inicial e continuada dos professores, melhores condições salariais para os profissionais da área e estruturas de apoio, como acervo bibliográfico, recursos didáticos, instalações físicas adequadas para o desenvolvimento dos trabalhos. Sugerem também que os professores estejam sempre se atualizando, trocando idéias, realizando parcerias que toda a comunidade escolar esteja envolvida no compromisso de viabilização dessa tarefa. Apontam o projeto político-pedagógico como o melhor caminho para que o Meio Ambiente seja pensado discutido e proposto na escola. Sugerem, também, que para o bom desenvolvimento desta proposta, todos os professores, de forma interdisciplinar e transversal possam estar envolvidos com este trabalho.
                   
                  O processo de investigação realizado possibilitou comparar a proposta dos PCNs  com a realidade concreta vivenciada na Escola Municipal Arco Íris. Muitos são os limites e desafios postos para que esta proposta possa ocorrer de forma satisfatória. A esse respeito, podem ser feitas reflexões, algumas, das quais pertinentes aos problemas existentes para a implementação dos temas transversais de um modo geral.      

                  As professoras vêm implementando o Meio Ambiente como tema transversal, com inúmeras dificuldades. Elas vão desde as questões que transcendem a escola enquanto instituição até as que se localizam no âmbito da sala de aula. Problemas como falta de apoio do próprio MEC e da Secretaria Municipal de Educação, carência de parcerias, falta de recursos financeiros para compra de materiais didáticos-pedagógicos e para saídas a campo com os alunos, baixos salários e jornada dupla de trabalho das professoras se colocam como entraves para o desenvolvimento dessa proposta.

                  Outro problema detectado se refere à falta de tempo. Sabe-se que a cada dia o professor dispõe de menos tempo fora da sala de aula, porém dentro da escola para pensar e construir o seu trabalho pedagógico. Nas escolas, de um modo geral, constata-se a ausência de tempo concreto disponível para o professor pensar organizar-se e participar dos projetos e atividades em sala de aula que contemplem os temas transversais. Particularmente, em relação a essa questão, pôde-se verificar que a Escola Municipal Arco Íris, diferentemente de muitas escolas do Município, dispõe de um horário fixo na semana para discutir e programar suas atividades tendo como referência seu projeto político-pedagógico. Constatou-se, porém, que ainda que esse tempo exista para tal atividade, ele é insuficiente, diante de tantos problemas a serem discutidos. Ainda assim, as professoras têm tentado dar conta de implementar esta proposta.    
                 
                  Estes questionamentos passam por uma discussão maior a respeito da autonomia da escola para o encaminhamento de suas propostas. As escolas brasileiras ainda não alcançaram uma autonomia administrativo-financeira que lhes garanta plena liberdade para pensar, discutir e por em prática um genuíno projeto político-pedagógico. Verifica-se uma rígida centralização e controle por parte das instâncias superiores, restando à escola a função de executora de processos e não à sua concepção e avaliação. Com essa lógica, na medida em que esta autonomia é concedida à escola ela deverá assumir toda responsabilidade pelo fracasso ou sucesso de suas propostas e não parte dela. Construir e vivenciar o projeto político-pedagógico parece ser um caminho para recriar, ou melhor, conferir à escola o verdadeiro sentido que ela deve ter. A construção do projeto político-pedagógico deverá ser fruto de um processo complexo de debates, fazendo-se necessário a descentralização e a democratização no processo de tomada de decisões. Decretos, leis e parâmetros parecem estar sempre vindo de cima para baixo, propondo à escola o que ela deverá fazer. Cabe à ela, emancipar-se para se tornar capaz de avaliar essas propostas e adequá-las à sua realidade, tirando delas o que de bom possa existir, e refutando o que não disser respeito à sua realidade.
                 
                  Em relação ao projeto político-pedagógico, viu-se que na Escola Municipal Arco Íris, ainda que ele seja pensado e elaborado anualmente, muito do que se propõe, não consegue ser implementado. A equipe da escola reconhece a importância da construção deste documento para que a escola possa ter sua identidade própria no encaminhamento de seus trabalhos, mas reconhece igualmente, que falta apoio das instâncias superiores para o desenvolvimento de suas propostas e reconhecem também a falta de tempo para contemplar tudo que é proposto. Esses limites que impossibilitam a realização do pensado e proposto pesam, levando a equipe da escola a um contínuo estado de angústia. No que concerne ao desenvolvimento da Educação Ambiental, viu-se que muito do que foi proposto, não foi efetivado, na maioria das vezes pelos motivos já sinalizados. 

                  Mais sério que a falta de tempo parece ser a dificuldade das professoras para inserir os temas transversais em suas respectivas disciplinas. São vários os temas a serem discutidos, e como devem todos merecer igual atenção, notou-se por meio da fala das professoras dificuldades em contemplá-los. Os temas transversais também são trabalhados por meio de projetos, e nesse caso há uma certa paralização no desenvolvimento dos conteúdos específicos das disciplinas para dedicar-se as essas atividades. São momentos ricos de troca entre professores e alunos, entretanto, nem todos têm esta percepção. Há pais e alguns alunos (principalmente os da oitava série), que acham que estas atividades atrasam o desenvolvimento do conteúdo programático penalizando os alunos.  Há, porém, um consenso por parte da direção, coordenação e professoras, com relação à importância destas atividades, porém, ainda é muito forte a idéia de ensino conteudista. Esta muito presente ainda na escola, a compreensão de que quanto mais conteúdo for ministrado, melhor para os alunos se tornem aptos para serem aprovados em exames vestibulares.
                 
Foi unânime o reconhecimento por parte da direção, coordenação, professoras e alunos da escola, da importância da compreensão e discussão dos problemas ambientais. Igualmente unânime o interesse dos professores em trabalhar com o Meio Ambiente como tema transversal, a despeito de todos os limites e desafios encontrados. No que se refere ao desenvolvimento da temática ambiental, constatou-se, porém, que algumas professoras se dedicam mais ao desenvolvimento da proposta. Na maioria das vezes, isto ocorre em virtude da afinidade da disciplina com a discussão dos problemas ambientais. As professoras implementam o Meio Ambiente, tanto em sala de aula, como por meio de projetos interdisciplinares. Algumas, entretanto, quando participam, se restringem aos projetos, e uma parte delas fica mesmo à margem e manifestam certa angústia por não se sentirem capazes de se envolver com a proposta.

                  Em relação ao aprender a fazer tão decantado nos PCNs, fica muito a desejar. Na Escola Municipal Arco Íris, ainda que se tenha constatado grande disponibilidade de sua equipe para o desenvolvimento desta proposta, faltou apoio das instâncias competentes para que pudessem desenvolver atividades práticas. Pequenos gestos concretos, porém, vão sendo encaminhados com esforço quase sobre-humano por parte das professoras e alunos. Notou-se que em meio a tantas dificuldades, há uma vontade de prosseguir este trabalho, há esperança de que ele cresça e há, sobretudo, a convicção por grande parte das professoras que, a despeito das dificuldades, este trabalho tem que prosseguir, por se tratar de uma proposta extremamente válida e importante.
                 
                  A maior parte do corpo docente acredita, portanto, no valor da implementação desta proposta para um repensar e reconduzir da relação do homem com o meio em que vive. Mesmo tendo em vista que este é um trabalho que está se realizando precariamente, as professoras parecem querer encontrar caminhos para prossegui-lo. É importante frisar que, dadas condições materiais e humanas concretas, muitas professoras crêem que têm colhidos resultados positivos. Este fato pode ser constatado por meio das respostas obtidas nos questionários aplicados aos alunos, quando a maioria reconhece a importância da Escola Municipal Arco Íris na discussão dos problemas ambientais. Os alunos reconhecem igualmente o esforço despendido pelas  professoras que se dividem na tarefa de implementar este tema na escola. Por fim, reconhecem que grande parte do que aprenderam sobre o Meio Ambiente foi decorrente do trabalho desenvolvido na escola.    

                  Outro sério ponto de entrave para o desenvolvimento desta proposta, refere-se à qualificação das professoras. Elas reconhecem a importância de uma qualificação para o bom desenvolvimento do trabalho e se mostram interessadas e abertas para recebê-la, entretanto, essa oportunidade não lhes têm sido oferecida. Constatou-se que falta à maioria das professoras embasamento teórico para que possam efetivamente dar uma contribuição significativa em sua respectiva área de conhecimento. Percebeu-se que algumas professoras, em razão do objeto de estudo de suas disciplinas, têm realizado esta tarefa com uma certa facilidade, entretanto, falta à maioria condições para que possam fazer reflexões mais aprofundadas sobre a temática em questão. Como pode se ver há muito esforço por parte da equipe de professoras da Escola Municipal Arco Íris para o desenvolvimento do Meio Ambiente como tema transversal. Há também muita angústia gerada, sobretudo, pela dificuldade encontrada para implementar a proposta dos temas transversais e que pode ser traduzida em falta de qualificação para estar realizando este trabalho.
                 
                  Em relação à qualificação se poderia fazer ainda as seguintes indagações: Qualificar-se quando? Onde? Como? Que condições, materiais e humanas concretas, o professor teria para isso? Estes questionamentos têm que ser feitos e respondidos pelas instâncias competentes que designam à escola o papel de executora de tantos intentos. Mais que isso, delas deverá ser cobrada a responsabilidade pelos resultados insatisfatórios colhidos no chão da própria escola, uma vez que não assumem a parte que lhes cabe no desenvolvimento dos trabalhos. Aos professores, como sempre, restam  sonhar e lutar em busca de uma transformação. Mas uma transformação que comece a ser construída no interior da própria escola, entendida como um local privilegiado de intervenção política e ideológica, e que possa se constituir, verdadeiramente, em um espaço de formação do cidadão com ser histórico, crítico e sujeito das transformações sociais.
                         
                  Ainda com esta preocupação cabem aqui, outros questionamentos: As escolas que formaram estes professores têm levado em conta estes tipos de aprendizagens? Qual a contribuição das escolas formadoras de professores até o momento? Quais as iniciativas que as instâncias superiores pensam tomar para reciclar os professores em exercício em relação a qualificação para trabalhar com competência os temas transversais? Os professores parecem estar despreparados, ou seja, não dominam conteúdos e metodologias e têm dificuldades em inserir a realidade social e afetiva em seus programas. Como poderão ensinar um conteúdo que não dominam? Como podem lidar com problemas sociais urgentes se não adquiriram essa habilidade em seu curso e não foram posteriormente preparados para isso? A resposta a essa e outras questões abre com certeza espaços para novas pesquisas. Cabe, pois, nesse momento, dentre outras questões, rever o papel dos cursos de formação de professores diante da urgência da discussão de temas tão importantes e da inserção de novas posturas e valores necessários para enfrentá-los. Ainda que algumas questões estejam sendo contempladas nas universidades, cabe pressupor que talvez elas não estejam merecendo a atenção que deveriam ter, tanto no desenvolvimento dos conteúdos quanto nas propostas metodológicas. Ou seja, parece faltar, ao professor, embasamento teórico e metodologias adequadas para que ele consiga inserir estes temas de forma transversal na escola.

                  Pode-se inferir da pesquisa realizada a existência de muitos problemas que dificultam o bom desempenho dos professores e também, que muitos extrapolam a boa vontade e o empenho deles. Alguns desafios, entretanto, poderão estar sendo superados quando cada instituição escolar se propuser à tarefa de busca de uma educação transformadora. Para tal, os professores com sujeitos da história, deverão cobrar o justo direito ao apoio politico-pedagógico, das instancias competentes, incluindo o direito a uma formação que os qualifique de fato para o exercício de sua profissão diante dos desafios educacionais contemporâneos.

                  A prática administrativa, pedagógica e política da Escola Municipal Arco Íris, renova a esperança de que isto, de fato, possa estar sendo forjado pois suas professoras reconhecem seu papel político e social, na medida em que se propõe a pensar, discutir e por em prática — com todos os limites sinalizados — o seu projeto político-pedagógico. Em relação ao Meio Ambiente como tema transversal, o primeiro ponto importante para o seu desenvolvimento parece já existir por parte da direção coordenação, das professoras e os alunos da Arco Íris: a consciência da importância do desenvolvimento deste tema. O segundo ponto, decorrente do primeiro, pode ser visto pela boa vontade e o esforço das professoras a despeito de tantos limites. O caminho parece estar sendo aberto, e cabe a cada instância competente dar a contribuição necessária. Cabe aos professores continuarem lutando, reivindicando e tentado construir a sua práxis tendo sempre em vista o seu papel  com sujeitos históricos, capazes de contribuir para a transformação social.  

            Finalizando, faz-se necessário dizer, que não há a menor dúvida da importância da inserção da temática ambiental na escola. Os problemas ambientais têm se agravado de forma espetacular e cabe a cada cidadão refletir sobre o modelo de sociedade e estilo de vida atual. Faz-se necessário e urgente conhecer e compreender de forma crítica, a dinâmica que envolve estas questões A escola continua sendo um caminho importante a ser percorrido em busca desta compreensão, visando contribuir para a construção de um mundo mais ético, equilibrado e justo. Os resultados dessa pesquisa parecem sinalizar para a compreensão de que diante do contexto sócio-econômico, político e cultural da sociedade atual, é quase unânime o reconhecimento do significado da escola em busca de um repensar a respeito dos caminhos trilhados pela humanidade. Ao lado dos aspectos cognitivos, a escola deverá dar prioridade, a construção de novos valores e posturas que possibilitem ao homem um convívio mais harmônico e respeitoso com o Planeta que o abriga. O meio ambiente, assim como os demais temas transversais representam uma proposta em busca desta meta e, talvez seja esse um dos grandes desafios da educação do terceiro milênio.


Texto retirado de: http://www.ceped.ueg.br/anais/Iedipe/Gt7/2-o_meio.htm
Acesso em: 24/11/2014

Este vídeo é um trecho do filme “Desmundo”. Foi produzido pelo português  falado na  época, o  ”português arcaico”. Para compreende-lo  foi utilizado legenda para o português modero.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014




Estudo das línguas a partir da perspectiva diacrônica


O estudo diacrônico tem como objetivo pesquisar o uso da língua no decorrer do tempo. A língua portuguesa como qualquer outra língua sofre mudanças com o passar das gerações dos seus falantes. Como por exemplo: a expressão “Vossa Mercê”, que virou “Vosmicê”, que deu “Você” e que algum dia talvez vire apenas “Cê”.
Em pesquisa de manchete de jornal da década de 1930 observa-se a ortografia de algumas palavras escritas de  maneira diferente :
image
Nas palavras “Alemão, Aceita, Anulação, Diretas e telegráfico” a forma em que são escritas se difere da atualidade, porém as suas pronúncias permanecem iguais. Observa-se que diferente destas palavras citadas, outras alteram-se não apenas a forma escrita como também a falada.
O português arcaico como pesquisa do estudo diacrônico
Muitas palavras do português arcaico continuaram no português moderno, tanto no Brasil quanto em Portugal.

Todos os dias surgem novas expressões vindas de outras nacionalidades, havendo consequentemente uma assimilação de palavras, que acabam ficando no dia-a-dia dos falantes, mas esse fenômeno é perfeitamente aceitável.

Observa-se no exemplo abaixo o quão era diferente o português arcaico do português contemporâneo: 
 O trecho abaixo foi escrito na segunda metade do século XIII. Trata-se de uma carta comunicando à chanceleria do rei Afonso III a intenção do Concelho (distrito) de Abrantes de refazer e inaugurar um muro, naquele concelho (os documentos de chanceleria, a cujo conjunto pertence o texto, constituem um importante acervo de documentos medievais que se preservaram até os nossos dias). Ilari e Basso  (2006).
"Carta dos Juyzes do Concelho de Aurãtes p(er)a faz(er)em e refazere o Muro do dito Castelo de Aurãtes. Conoscã todos aq(eu)les q(eu) esta uir~e e ouuir~e q(ue) nos Juyzes e Concelho de Aurãtes de nossas liures uoontades entendendo a faz(er) nossa p(ro)l de nossos corpos e de nossa t(er)ra e de nossos aueres ficamos  e outorgamos que façamos e refaçamos o Muro de Castelo de Aurãtes…"

Tradução para o português moderno
Carta dos Juízes do Concelho de Abrantes para fazerem e refazerem o muro do dito Castelo de Abrantes. Conheçam todos aqueles que esta virem e ouvirem que nós, Juízes e Concelho de Abrantes, de nossa livre vontade, no intento de fazer o melhor proveito de nossos corpos, de nossas terras e de nossos haveres, estabelecemos e decidimos que façamos e refaçamos o  muro do Castelo de Abrantes…
Fonte deste exemplo encontra-se em:

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Um pouquinho de Sociolinguística.

Diferentemente da Linguística estrutural, a qual considerava apenas a fala, a sociolinguística possui o foco na língua falada, principalmente nas variações linguísticas. Por isso, também está relacionada à gramática funcionalista, em que se consideram a diversidade e as situações de uso.
A sociolinguística é interdisciplinar, ou seja, dialoga com diversas áreas do conhecimento como psicologia, filosofia e sociologia. Ela investiga a relação entre a linguagem e a sociedade, observando, descrevendo e analisando o uso da fala em seu contexto social.
Seu objeto de estudo é a diversidade linguística em situações reais de uso da língua falada por minorias sociais, por exemplo, as quais podem sofrer preconceito lingüístico pelas demais classes sociais que estigmatizam sua fala. Visto isso, a sociolingüística também estuda as relações de poder manifestadas pela linguagem.
Uma conversação não se vale apenas de uma gramática e de léxico, ela utiliza diversos recursos verbais ou não verbais, por isso passou-se a estudá-la.
A Análise da Conversação iniciou-se na década de 60 sob um aspecto descritivo das estruturas da conversação e seus mecanismos. Atualmente, consideram-se também aspectos lingüísticos, paralinguisticos e socioculturais, os quais compreendem a interpretação e não apenas a organização nas atividades conversacionais.
A conversação não é um fenômeno no qual a fala é um aglomerado de palavras com significado autônomo. Sendo altamente organizada, pode ser examinada e estudada cientificamente.
A Análise da Conversação, empiricamente tenta responder as questões advindas das situações reais: como as pessoas se entendem? Como sabem que são entendidas? Quais conhecimentos utilizam e como utilizam? Entre outras.
Difere-se da Análise do Discurso e da Pragmática, pois leva em consideração as ações humanas e suas diversas culturas (estudadas pela Etnometodologia e Antropologia Cognitiva), mas considera o caráter pragmático da conversação por conta da vinculação contextual e interação social.
A Análise da Conversação reproduz conversações reais e considera detalhes de entonação e aspectos não verbais na transcrição utilizando símbolos.

Abaixo há um exemplo de transcrição de uma conversa ao telefone, considerando os símbolos do livro de Marcuschi: Análise da Conversação:

V: boa tarde o Michel está”
((aguardando na linha))
V: é a Viviane da Latini:
((ouvindo a resposta))
V: ah (+) só amanhã”
V: ta bo::m então(+) ta: briga:da, tchau.
((bate o telefone no gancho))
V: ele já partiu
P: pá onde gente”
((risos))
V: dessa pra melhor ((rindo))
V: ela disse que ele já foi embo:ra



No ensino da língua portuguesa, o professor deve levar em consideração a linguística textual, ou seja, incluir a fala no processo. Ele precisa ter em mente que a língua é um fato social, adquirida pelos indivíduos em seu convívio e que a minoria social, os mais desfavorecidos, possuem os maiores casos de insucesso escolar.

Cabe ao docente contextualizar diversas situações (social, histórica, cultural, política, ideológica) com o ensino de uma Gramática Produtiva, a qual amplia a competência comunicativa sem ter a norma culta como a única possibilidade.

O que é semiótica?


Para muitos estudiosos, semiótica é a ciência dos signos ou a ciência geral de todas as

linguagens.

Vamos entender um pouco esse campo da semiótica, para isso iniciaremos com a

linguagem.

Linguagem é a capacidade do ser humano de se comunicar. E há diversas formas

para que isso aconteça, que são: imagens, gestos, sons musicais, gráficos, etc. Todas

essas são estudadas pela semiótica, tanto as verbais quanto as não verbais.

“A semiótica é importante porque nos ajuda a ler e entender o mundo em nossa volta”.

O signo é a essência da semiótica, ou seja, signo é tudo que nos faz lembrar de algo e

é perceptível aos nossos sentidos.

Exemplo:

Na imagem acima sabemos que significa uma bandeira de um pais, mas também podemos

interpretar e associar a uma grande potência militar/econômica.

Portanto a semiótica é essencial para compreender o nosso dia-a-dia através da linguagem.

Teorias do Texto



Lingüística Textual - Analise do material didático 

Lingüística textual –coesão textual 

Fatores padrões de textualidades 

Centrados no censuário 7 

1 Informatividade 

Espera-se, dessa forma, que o discurso nele abordado faça com que o interlocutor, a 

depender dos argumentos firmados, deposite toda credibilidade a ele indispensável, buscando 

com isso ampliar os conhecimentos e, conseqüentemente, manter-se informado acerca de 

assuntos diversos. Assim entendido, cumpre ressaltar que essa diversidade de informações 

contidas tanto no discurso oral quanto no escrito se caracterizam tão somente pela 

informatividade. 

2 Situcionalidade 

No contexto textual, a situcionalidade diz respeito à relevância e/ou no texto. É ainda a 

adequação do texto á situação sócio comunicativa Ou seja, todo texto é produzido num 

determinado fim. Esse momento em que é descrito o seu objetivo, é que constitui, entre 

outros elementos, a situação (contexto). 

3 Intertextualidade 

Acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. Também 

pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez 

que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade. 

Apresentam-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação. Num texto 

científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação 

é oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para 

reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode 

ocorrer afirmando as mesmas idéias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a 

Paráfrase e a Paródia. 

Paráfrase - Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a idéia do texto é confirmada pelo 

novo texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto 

citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito. 

Paródia - A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura 

com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das 

artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para 

transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas 

anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma 

busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas 

humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, freqüentemente os discursos de políticos são 

abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito 

da demagogia praticada pela classe dominante. 

4 intencionalidade 

Intencionalidade Discursiva nada mais é do que a verdadeira intenção que há por trás de 

alguma mensagem ou informação. 

O que é intenção? Bem, vamos supor que eu sou um candidato à presidência da república e, 

nas vésperas das eleições eu resolva dar, do nada, uma geladeira para um pobre. A verdade 

nua e crua é que eu estou dando a geladeira a ele porque eu estou interessado no voto do 

pobre e não porque eu sou "bonzinho". Essa é a minha verdadeira intenção: conseguir votos. 

Às vezes é comum nos depararmos com um determinado texto ou informação que diz uma 

coisa, porém lá no fundo o seu objetivo é dizer outra. A verdadeira mensagem é a 

intencionalidade discursiva de seu autor. É por isso que é muito comum encontrar questões 

que perguntam a respeito da intencionalidade discursiva. 

5 aceitabilidade 

A aceitabilidade está ligada ao receptor em entender o texto como um todo coerente e 

significativo, ou aceitar o que está no texto. A aceitabilidade constitui a contraparte da 

intencionalidade. [...] quando duas pessoas interagem por meio da linguagem, elas se 

esforçam por fazer-se compreender e procuram calcular o sentido do texto do(s) interlocutor( 

es ), partindo das pistas que ele contém e ativando seu conhecimento de mundo, da situação, 

etc. Assim, mesmo que um texto não se apresente, à primeira vista, como perfeitamente 

coerente, [...] o receptor vai tentar estabelecer a sua coerência, dando-lhe a interpretação 

que lhe pareça cabível, [...]. 

IMPLÍCITOS TEXTUAIS 

Pressupostos 

Os pressupostos são identificados quando o emissor veicula uma mensagem adicional a partir 

de alguma palavra ou expressão. Há vários tipos de palavras com esse tipo de "poder". Eis 

alguns tipos: 

-O concurseiro deixou de sair aos sábados para estudar mais. 

 (pressuposto: o concurseiro saía todos os sábados.) 

Pessoas que fazem cursinhos passam mais rápido. 

 (pressuposto: há pessoas que não fazem cursinho) 

Rodolfo Ilari, no livro Introdução à Semântica: Brincando com a Gramática, apresenta a 

seguinte dica: 

 “Sempre que certo conteúdo está presente tanto na sentença como em sua negação, dizemos 

que a sentença pressupõe esse conteúdo.” 

Basta utilizarmos a dica do autor nos exemplos acima para percebermos a sua aplicabilidade. 

6 coesão 

Fui à praia. Comprei um sanduíche na praia. Assaltaram-me na praia. Voltei à pé para casa. 

Veja que esse trecho está sem coesão. Ele é formado por orações fragmentadas e soltas que 

poderiam ser organizadas num único período (ao invés de usar três pontos finais, poderíamos 

usar apenas um). A falta de coesão numa redação significa um texto fragmentado. 

A ferramenta fundamental para garantir a coesão textual é a conjunção. Vejamos alguns 

exemplos de conjunções: e, nem, não só... Mas também, não só... Como também, bem como, 

mas ainda, mas, porém, entretanto, todavia, contudo, ou, assim, logo, portanto, pois, por 

conseguinte, por isso, visto que, já que, uma vez que, como, desde que, se, caso, contanto 

que, desde que, salvo se, sem que, a menos que, conforme, segundo, consoante, embora, 

apesar, conquanto, posto que, ainda que, mesmo que, quando, enquanto, logo que, desde 

que, assim que, a fim de que, quando, enquanto, logo que, desde que, assim que... E a lista 

não para de crescer. Cada uma dessas conjunções expressa algum tipo de circunstância, que 

pode ser finalidade, conclusão, acréscimo de idéias, comparação e por aí vai. 

Não vamos decorar a classificação das conjunções, mas sim ver na prática como elas 

funcionam. Veja que esse novo exemplo "flui". Não está fragmentado e usamos a palavra 

"praia" apenas uma única vez. É esse o poder da coesão: "costurar" o texto, sem deixá-lo 

fragmentado. 

7 coerência 

Garantir a coerência textual é fazer com que as idéias se completem, ou seja: é fazer com 

que o raciocínio seja linear, que os argumentos estejam concatenados (interligados, 

associados, etc.) e que uma idéia seja a continuação de outra. Geralmente, a incoerência 

ocorre quando o leitor se pergunta: mas o que o autor desse texto quis dizer com isso? Ou 

então, quando as idéias são contraditórias ou quando uma não tem nada a ver com a outra. 

Ainda existe o caso "bola de neve", quando um assunto vai puxando outro e, no final, o que 

temos é uma bela salada de argumentos soltos. 

Texto é lugar de interação de sujeitos sociais que nele se constituem e são constituídos 

dialogicamente; 

Leitura é uma atividade de captação das idéias do autor, sempre levar em conta as 

experiências e os conhecimentos do leitor. 

O Contexto é um conjunto de suposições, baseadas nos saberes dos interlocutores, 

mobilizados para a interpretação de um texto. 

Processo de Produção e compreensão 

Macroestrutura/microestrutura/superestrutura 

Contextuais – externos (coerência) 

Cotextuais – internos (coesão) 

Superficial – coesão textual (processamento textual (processo mais conhecimento)) ordem 

cognetica - organização do pensamento 

Lingüística- léxico e gramática 

Macroestrutura – contexto – conhecimento de mundo (enciclopédia) 

Microestrutura – coesão textual – ligação (pronomes, nomes, substantivos, conjunções, etc. 

(liga uma oração a outra) 

Estrutura da gramática 

Coesão 

Referenciação – retomada ou antecipação 

Anáfora – primeiro o referente e depois a coesão 

Catáfora – primeiro a coesão e depois o referente 

Referente – elemento de coesão (anafórico/catafórico) 

Coesão – seguenciação –conjunções, pronomes definido demonstrativo